Em um país emergente e
continental como o Brasil, tanto o mercado de seguros como de
resseguros tem muito a contribuir para a formação de poupança
interna e a cobertura de grandes riscos
A agenda de investimentos privados
e as novas concessões de vários segmentos até pouco tempo
controlados pelo estado tornaram-se mais aderentes à nova realidade
econômica. Àquela que defende que não há desenvolvimento sem a
participação conjunta entre governo e capital privado. Essa
premissa é corroborada com os números do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), que mostram que o investimento público
perdeu espaço para o setor privado na indústria da construção no
Brasil, por exemplo. As empresas ampliaram a sua participação de
42,1% em 2010 para 50% em 2021, impulsionando, com isso, tanto o
setor de seguros como, em contrapartida, o de resseguro.
Como uma das economias gigantes do
planeta, o Brasil é desafiador para os investidores. De acordo com
dados do Fórum Econômico Mundial, apesar de estarmos entre os 10
maiores PIB do mundo, a qualidade de nossa infraestrutura
(sobretudo para o escoamento da produção) está em 65º lugar entre
137 países. É muito pouco para quem quer espaço entre os líderes da
produção mundial. O mesmo estudo apontou outras deficiências: a
qualidade das estradas, das ferrovias, dos portos e dos aeroportos
ficou em 105ª, 88ª, 106ª e 95ª posições, respectivamente. Ou seja:
há muito o que fazer.
Para que o país possa ser
competitivo daqui uma década, a ABDIB (Associação Brasileira da
Infraestrutura de Base) calcula que os investimentos anuais até
2031 teriam que ser superiores a R$ 280 bilhões em projetos
voltados à produção. Como isso envolve risco, é necessário
desenvolver salvaguardas que sustentem e despertem o apetite do
capital privado nacional e mundial. E como as grandes empresas do
mercado sempre cultivaram a expressão segurança e proteção, o
seguro é a garantia dos projetos.
Mas a seguradora precisa, assim
como todos, cuidar da sua segurança financeira, evitar que seu
patrimônio e de seus clientes possa ser dilapidado por riscos. Isso
atinge todos os setores, especialmente o de grandes obras, como
petróleo e gás, energia e transporte, assim como os segmentos
econômicos intensivos em uso de novas e modernas tecnologias. É
isso que as apólices de seguro e resseguro têm o compromisso de
honrar.
Em um país emergente e continental
como o Brasil, tanto o mercado de seguros como de resseguros tem
muito a contribuir para a formação de poupança interna e a
cobertura de grandes riscos que grandes obras envolvem. É este
segmento que tem conquistado relevância por dar proteção às
relações econômicas com seus interesses sociais e financeiros na
vida de todos. Mesmo com as obras de infraestrutura ainda na
planilha, o resseguro no Brasil avançou 4,5% entre janeiro e abril
de 2022, segundo a Susep (Superintendência de Seguros
Privados), totalizando R$ 4,5 bilhões em prêmios. Demonstra que,
apesar do momento, de baixo crescimento e inflação alta, o mercado
cresce.
É esta a importância do resseguro
para a vida e a saúde do mercado segurador e para a economia. Uma
palavra muitas vezes desconhecida e que tem uma importância vital
sobretudo porque são as grandes obras, tanto públicas como
privadas, que abrem caminho para o desenvolvimento econômico e
social de uma cidade, de um estado e de um país.