De acordo com dados da
ANS, em 2021 houve um aumento de 2,56 milhões de pessoas atendidas
pela odontologia suplementar
EXCLUSIVO – “As
pessoas estão dando cada vez mais importância para a saúde bucal e
os planos odontológicos”. Essa afirmação foi feita por Roberto
Cury, presidente da SINOG (Associação Brasileira de
Planos Odontológicos), entidade que representa 71,5% do mercado em
número de beneficiários. De acordo com dados da ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar), em 2021 houve um aumento de 2,56
milhões de pessoas atendidas pelos planos, o que representa um
crescimento de 9,61%.
Atualmente 29,3 milhões de
brasileiros contam com um plano odontológico. A região que mais se
destacou ano passado foi a Sul, que cresceu 18,11%. A região
Norte vem logo a seguir, com uma evolução de 11,98%. O Sudeste e o
Nordeste aumentaram sua base de beneficiários em 8,77% e 8,74%,
respectivamente. O Centro-Oeste foi o que menos cresceu em 2021,
atingindo uma expansão de 5,01%.
“Para nós, que representamos o
segmento, é importante esse reconhecimento. Aos poucos, o
brasileiro vai compreendendo o quanto é prejudicial para ele mesmo
aquele movimento que víamos no passado, de entrar e sair do plano
odontológico. É mais caro, menos eficiente e, quando mais precisa,
não se tem acesso aos serviços. Esse crescimento no número de
beneficiários é reflexo de uma busca por qualidade de vida, além
das empresas que vendem planos terem aumentado seus canais de
distribuição”, diz Cury.
Segundo o mesmo balanço da ANS, o
perfil de contratação que puxou esse crescimento foi o de planos
individuais ou familiares, com expansão de 13,31% (eram 4.540.053
em dezembro de 2020 e 5.144.499 em dezembro de 2021). “A maioria
das grandes empresas tem dentro da sua política a contratação do
plano odontológico, mas isso não é uma realidade nas PME’S, o
que leva muita gente a contratar um plano individual”, ressalta
Cury.
Apesar do crescimento do mercado, a
mais recente pesquisa realizada pelo IBGE, feita em 2019 e
divulgada em 2020, constatou que apenas 12,9% dos brasileiros têm
um plano odontológico. Cury afirma que além do setor investir em
campanhas de conscientização da população, os corretores de seguros
são fundamentais para que o segmento continue se expandindo. “O
corretor é uma figura central importante na questão do mutualismo,
isso tanto para os planos empresariais quanto individuais. Ele leva
a visão de saúde bucal ao longo prazo e ajuda as pessoas a
permanecem por mais tempo no plano, o que é importante na
fidelização do cliente”.
Para o presidente da SINOG, a
principal luta do setor deverá ser atendida nesse ano. Trata-se da
retomada do Projeto de Lei Nº 7419, de 2006, que pretende revisitar
toda a legislação dos planos de saúde. A reivindicação é pela
diferenciação entre o modelo médico-hospitalar e odontológico. “O
ticket médio dos planos odontológicos é muito menor. Nas
contratações coletivas e por adesão, a depender da faixa etária, o
valor é de R$ 405,00 por mês de um plano médico-hospitalar,
enquanto que um plano odontológico com cobertura abrangente do rol
da ANS a média é de R$ 18,00 mensais. Não podemos ser tratados como
de maneira igual”.