Brasil registra grande déficit
quando o assunto é saúde bucal. Incentivar políticas públicas que
ofereçam condições de acesso aos planos odontológicos pode ser
solução
A Política Nacional de Saúde Bucal
(PNSB), implementada há 20 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
trouxe bons resultados referentes à ampliação do acesso aos
cuidados odontológicos de milhares de brasileiros, agregando
profissionais de saúde bucal a equipes de Saúde da Família.
Entretanto, é importante ressaltar que ainda é muito grande o
déficit da assistência odontológica oferecida por parte do governo
brasileiro. São diversas as necessidades que ainda existem para a
população, como: consultas regulares com dentistas, restaurações de
dentes, próteses dentárias e a própria prevenção e manutenção da
saúde bucal, considerando que o impacto da pandemia da Covid-19
gerou mudanças sociais profundas, além da diminuição da procura por
atendimento odontológico durante o período de isolamento
social.
De acordo com dados da mais recente
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE em 2019 e
divulgada em setembro de 2020, no Brasil 78,2 milhões de pessoas
com mais de 18 anos tinham realizado consultas odontológicas nos
últimos 12 meses. Desse total, apenas 19% dos atendimentos
ocorreram em unidades básicas de saúde. Vale dizer que, três
quartos das consultas odontológicas em 2020 foram realizadas em
consultórios, clínicas ou hospitais privados. Números que comprovam
a importância do setor privado e o déficit existente para a maioria
da população que não possui acesso à um plano odontológico. Isso
sugere que no serviço público pode ocorrer maior tempo de espera e
gargalos para o atendimento, ao passo que na odontologia
suplementar isso não ocorre.
Atualmente, no Brasil, apenas 14,4%
da população possui algum tipo de plano odontológico, também
segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS. Alguns
fatores explicam o baixo número que contrapõe com o desejo da
sociedade, sendo a alternativa para democratizar o acesso aos
planos odontológicos e tratamentos adequados a contribuição do
setor privado para garantir um maior número de pessoas
beneficiadas.
Segundo Roberto Cury, presidente da
Associação Brasileira de Planos Odontológicos (SINOG), principal
entidade nacional que representa as operadoras de planos
odontológicos, com aproximadamente 70% de representação no mercado
em número de beneficiários, consolidar os planos odontológicos como
principal agente da democratização do acesso à saúde bucal
garantirá a ampliação no atendimento da população brasileira.
"Quando contratados pelas empresas,
os planos odontológicos podem custar menos de R$ 20,00 por mês.
Embora a Odontologia Suplementar tenha crescido e atenda 28 milhões
de pessoas, esse número ainda é tímido se comparado a toda
população do país. Além disso, a taxa de cobertura tem muito a
crescer quando comparada com a totalidade da população brasileira.
É importante buscar alternativas para aumentar o acesso ao
tratamento dentário do brasileiro".
A saúde bucal é um componente
fundamental da saúde integral e da qualidade de vida de uma
população. Sua manutenção e melhoria ocorrem principalmente por
meio da prevenção, o que envolve, além de visitas regulares ao
consultório odontológico, uma correta e frequente higienização
bucal.