A
Câmara dos Deputados analisa projeto de lei que veda reajustes de
mensalidades dos planos privados de saúde suplementar no ano de
2021. A proposta, apresentada pelo deputado Mário Negromonte Jr.
(PP/BA) no final da semana passada, altera a Lei 13.979/20, que
dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde
pública de importância internacional decorrente do coronavírus.
De
acordo com o texto da proposta, fica vedado, durante o ano de 2021,
o reajuste anual das contraprestações pecuniárias estabelecidas nos
contratos de
planos privados de saúde, em razão da variação de custos ou da
mudança de faixa etária, “independentemente da modalidade de
contratação.”
O
deputado argumenta que, durante a pandemia, muitos trabalhadores
perderam seus empregos, ou tiveram redução de renda, o que
comprometeu seus orçamentos familiares. “Nesse contexto, muitas
pessoas com planos privados de saúde tiveram que cancelar seus
contratos, ou atrasar pagamentos, justamente durante uma pandemia”,
acentua o deputado.
Ele
acrescenta ainda que mais de 20% da população brasileira está
vinculada a planos de saúde, individuais ou coletivos e lembra que
aqueles com renda comprometida em virtude dessa crise sanitária, se
perderem seus seguros, teriam que procurar o Sistema Único de Saúde
(SUS), já sobrecarregado neste momento. “Se o pagamento das
mensalidades já estava difícil para boa parte dos contratantes, a
tendência é que a situação piore de forma significativa.
Especialistas estimam que o reajuste em 2021 possa ser o maior dos
últimos anos, por incluir o reajuste não realizado em 2020,
chegando a uma média de 35%, ou seja, quase 10 vezes maior que a
taxa de inflação de 20201.”, alerta o autor da proposta.