O Estadão informa que leitos ociosos da rede
privada poderão ser requisitados pela Prefeitura de São Paulo. Uma
lei autorizando a medida foi publicada na sexta no Diário Oficial
da Cidade.
Em nota, a Associação Nacional de
Hospitais Privados (Anahp) diz que esse tipo de mecanismo está
previsto, mas, se ocorrerem, as requisições devem ser feitas “de
forma planejada e ordenada”. No texto, a gestão municipal explica
que a medida tem por objetivo “maximizar o atendimento e garantir
tratamento igualitário’.
Na capital, a taxa geral de
ocupação dos leitos de UTI dos 20 hospitais municipais está em 72%,
segundo boletim divulgado ontem. Na rede privada, de acordo com a
Anahp, não há um balanço semelhante, mas a entidade afirma que,
após queda em março, ocorreu um aumento nos últimos dias – e não só
de pacientes com covid-19.
As UTIs dos hospitais da Rede D’Or
estão com mais de 90% de ocupação. No Hospital Alemão Oswaldo Cruz,
o índice está em 71%. Os dados são gerais.
Em 17 de abril, o prefeito Bruno
Covas (PSDB) já havia falado da possibilidade de remunerar leitos
do setor privado para ocupar vagas ociosas com pacientes do sistema
público de saúde. Segundo a Anahp, a lei “não traz inovação no que
se refere às requisições administrativas”. No entanto, destaca que
a medida deverá ser implementada após o “esgotamento de medidas
prévias adotadas pelo Poder Público”. A entidade disse ainda que se
coloca à disposição para buscar soluções com os gestores de
saúde.
Vice-presidente da Rede D’Or,
Leandro Tavares afirma que esse tipo de parceria já está
consolidada e, com a pandemia, a contribuição da rede privada tem
aumentado em todo o País. “Em São Paulo, foram 30 leitos de UTI na
Santa Casa de Misericórdia por meio de um consórcio que vai
investir R$ 20 milhões.”
Já o Hospital Israelita Albert
Einstein informou que desenvolve ações de expansão da estrutura e
capacidade de atendimento na capital. Entre elas, estão os cem
novos leitos de enfermaria abertos no Hospital Municipal Dr. Moysés
Deutsch – M’Boi Mirim, na zona sul – e a responsabilidade pela
operação do Hospital Municipal de Campanha do Pacaembu.
á o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
informa que implementou mais 91 leitos para tratamento das vítimas
da doença no Complexo Hospitalar dos Estivadores, em Santos. O
Sírio Libanês se colocou à disposição do Município e destacou a
parceria com o Hospital das Clínicas para a criação de dez leitos
de UTI na unidade.
Hotéis
Além dos leitos, a lei determina
que a Prefeitura poderá oferecer vagas de hospedagem em hotéis e
pousadas para profissionais de saúde, pessoas em situação de rua e
mulheres vítimas de violência.