A Comissão de Transparência,
Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor discutiu nesta
terça-feira (24) os aumentos nos planos de saúde da Geap, que
atende servidores públicos federais do Executivo e seus familiares.
Parlamentares e a Defensoria Pública observaram que as mensalidades
tenham dobrado nos últimos três anos, com reajuste oito vezes maior
do que a inflação no mesmo período.
O senador Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), que pediu a audiência, argumentou que os reajustes acima
da inflação preocupam os 455 mil servidores segurados.
— Numa série histórica, os reajustes
de 2016 até 2018, temos um acumulado de reajuste de 104%. A
inflação no mesmo período é de 12%. Nós temos aqui uma diferença de
pelo menos de oito vezes entre a inflação no período e o reajuste
obtido pelo planos de saúde — criticou.
O presidente do Conselho de
Administração da Geap, Marcus Vinícius Pereira, afirmou que, apesar
dos aumentos, os planos da entidade ainda são mais baratos que os
dos concorrentes no mercado. Ele também argumentou que os reajustes
são consequência do crescimento da inadimplência e da queda no
número de segurados.
Uma decisão liminar do Supremo
Tribunal Federal (STF) proíbe novos convênios entre o governo
federal e a Geap, o que segundo Pereira prejudica a arrecadação.
Ele ainda revelou que uma auditoria interna está investigando
eventuais erros nas últimas administrações da Geap.
— Todas as denúncias e todos os
malfeitos estão sendo apurados e serão apurados de forma a dar
total transparência às ações da Geap. Seja para o governo e seja
principalmente para os beneficiários, que são praticamente as
pessoas mais importantes da Geap hoje — afirmou.
A Defensoria Pública criticou a falta
de fiscalização das autoridades da área de saúde e cobrou
informações mais detalhadas sobre as contas da Geap. A entidade se
comprometeu a repassar todos os dados disponíveis para a Defensoria
e para a Comissão.