Novo diretor executivo da Geap Saúde, Roberto Sérgio Fontenele Candido, diz, em áudio ao qual o Blog teve acesso, que hospitais e médicos “roubam” os planos de saúde. Ele garante que, na sua gestão, isso não vai acontecer. “Quer trabalhar com a gente, vai trabalhar sem roubo, porque hospital também rouba. E rouba muito. Médico também rouba muito”, afirma.
Esses “roubos”, segundo fontes do setor de saúde, se dão por meio do superfaturamento de preços de serviços e de procedimentos, vários nem prestados. Não por acaso, os convênios médicos têm reclamado das faturas apresentadas por hospitais e médicos. Várias operadoras já sugeriram que houvesse um Operação Lava-Jato para o setor, semelhante à que desbaratou a quadrilha que saqueava a Petrobras.
Na tentativa de reerguer a Geap, que precisa de R$ 130 milhões até junho para não quebrar, Fontenele pede apoio aos funcionários da empresa. “O que quero de vocês? Quero apoio. E antes de mais nada quero lembrar que estarão apoiando o emprego de vocês. Juntos, traremos informações transparentes, fidedignas. Não quero esconder nada de vocês”, afirma.
Fontenele conta que está montando um grupo de diretores especialistas nas áreas que vão atuar. Os nomes já foram apresentados ao Conselho de Administração da Geap, mas ainda não foram aprovados. Ele indicou Luciana Teixeira Carvalho, hoje diretora de Controle de Qualidade, para chefiar a área de Saúde. Para a diretoria de Controle foi apresentado o nome de Gilton Paiva Lima. Para a diretoria Financeira, o escolhido foi Adriano Suzarte. Como diretor de Administração, foi indicado Marcos Vinícius.
“A área financeira da Geap é a única que nos preocupa neste momento. Então, temos que colocar um diretor financeiro que seja respeitado no mercado, que conheça todas as regras. Um diretor que administra custeio de R$ 3 bilhões, R$ 4 bilhões por ano, tem que ter um bocado de certificação”, ressalta.
O Blog tentou contato com a Geap, mas não conseguiu encontrar ninguém para comentar as declarações de Fontenele.