O deputado federal Lucas
Vergílio (SD-GO) voltou a ocupar a Tribuna da Câmara nesta 4ª feira
(29/11) para defender, com veemência, o mercado legal de seguros e
criticar as associações que comercializam a chamada “proteção
veicular”. Em rápido, mas duro, pronunciamento, ele alertou para as
consequências da atuação irregular dessas entidades e elogiou o
Tribunal de Justiça de Pernambuco, que determinou o cancelamento do
registro de associação que operava nesse mercado marginal naquele
estado. “O mercado de seguros é regulamentado, fiscalizado e
existem razões legais para isso. Primeiro, porque você lida com o
patrimônio das pessoas; depois, porque você lida com a vida das
pessoas; e por fim, porque você está lidando com a poupança interna
do nosso País”, advertiu o parlamentar goiano.
Nesse contexto, Lucas Vergilio
classificou de irretocável a sentença proferida pelo Tribunal de
Pernambuco, principalmente por indicar o entendimento do Judiciário
de que essas ditas associações de proteção veicular “praticam
concorrência desleal e estão cometendo crime contra a economia
popular”.
Ele lembrou que a associação chegou a
alegar que não comercializa seguro, mas produto denominado
“garantia veicular”, sem a presença de cláusulas constantes nas
apólices comercializadas no mercado e com cobertura reduzida, razão
pela qual não estaria sujeita à supervisão da Susep.
Contudo, não convenceu o magistrado
que julgou essa ação. “O magistrado reconheceu que independente do
nome Iures, o nome emprestado ao produto comercializado pela
Tseguro, o fato é que o consumidor tem, à primeira vista, a
contratação de um seguro, razão pela qual a empresa não poderia
atuar no mercado sem a autorização da Susep, sem atender a todas as
exigências legais previstas na legislação que regulamenta o produto
no País”, observou Vergilio.
O deputado destacou também o fato de o
juiz ter entendido que, por não cumprir as exigências legais para
atuar no mercado, a empresa exercia as suas atividades em
concorrência desleal com as seguradoras do País, as quais têm maior
custo operacional por cumprir todas as normas em vigor.
Para Lucas Vergilio, fica claro que, a
partir do momento que uma atividade é praticada sem a observação
das normas da entidade reguladora, a Susep, bem como orientações do
CNSP e o decreto lei 73/66, ela é ilícita e há certamente um risco
de dano para o consumidor diante da total falta de garantia do
produto que oferecem.
Por fim, o parlamentar goiano acentuou
a importância do debate na comissão especial da Câmara, que foi
criada para dar parecer ao PL 3139/2015, de autoria de Lucas
Vergilio, que criminaliza a atuação das chamadas associações de
proteção veicular.