Durante audiência pública na Câmara
dos Deputados, realizada no dia 24 de outubro, corretores de
seguros, parlamentares e representantes de associações e
cooperativas debateram o Projeto de Lei 3139/15, que discorre sobre
a proibição da venda de proteção veicular e é de autoria do
deputado federal Lucas Vergílio (SD-GO). Representando os
corretores de seguros de São Paulo, estavam presentes o 1º
vice-presidente do Sincor-SP, Boris Ber, o 1º e 2º tesoureiro,
Marco Damiani e Carlos Cunha, o Ouvidor, Octávio Milliet e o
coordenador do departamento de Benefícios, Álvaro Fonseca.
Segundo Vergílio, esta foi a primeira
audiência de outras duas. “Por ser um debate muito importante,
ainda vamos receber os representantes do mercado de seguros, da
corretagem, dos direitos do consumidor, do órgão regulador e demais
interessados”, explica.
Na ocasião, os representantes das
associações defenderam que o produto comercializado por elas não é
um seguro, mas sim, um rateio para pagar as despesas dos
associados. “Associação não faz parte do mundo do seguro, ela não é
uma seguradora, é um grupo de pessoas que se unem para dividir os
seus prejuízos”, declara a presidente da Federação Nacional de
Benefícios, Cintia Souza dos Santos.
Vergílio defende que todos os
princípios adotados pelo seguro são utilizados pelas associações e
cooperativas. “O maior princípio do seguro é o mutualismo. Do ponto
de vista técnico, não há outra argumentação que não essa. Todos os
princípios básicos do mercado de seguros no mundo inteiro são
utilizados por essas empresas. Então é seguro sim, e seguro tem que
ter regras”, completa.
O deputado relator do Projeto de Lei,
Vinicius Carvalho (PRB-SP), direcionou perguntas ao presidente da
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Fabricio Klein, e
aos outros representantes sobre como funcionaria uma cooperativa de
seguro e quais seriam as regras. “Como é constituída juridicamente
a entidade, ela está em que finalidade econômica”. O relator ainda
ressalta que em alguns lugares do mundo, atividades como essa são
consideradas como seguro. “Somente no Brasil que não? Qual a
diferença?”
Para o deputado Vergílio, quem está
sendo o maior prejudicado é o consumidor, já que o produto em
questão é um seguro disfarçado. “Tem que ter cálculo atuarial, tem
que ter provisionamento técnico, nós temos que dar garantia ao
consumidor”, completa.
A próxima audiência está marcada para
o dia 09 de novembro, na Câmara dos Deputados. “Precisamos
acompanhar de perto o assunto, estar presente nas audiências,
mostrando a força e grandeza da nossa categoria, além de atuar em
defesa do consumidor, já que essa proteção confunde e afeta a
imagem do seguro ”, declara Boris.