Serviços de Estudos da Mapfre aponta
para leve crescimento do setor no Brasil mesmo com recessão da
economia
Pesquisa do Centro de Serviços de
Estudos da Mapfre sobre o mercado segurador na América Latina e
Caribe aponta que o volume total de prêmios emitidos em 2016 foi de
US$ 146,7 bilhões,
com destaque para o segmento vida, que cresceu 7%, apesar do
ambiente econômico desfavorável na maioria dos países da
região.
Mesmo em um cenário de recessão, o
mercado segurador brasileiro cresceu 11,6% nominalmente, chegando a
R$ 205,5 bilhões ou quase US$ 59 bilhões. Aqui, o segmento “vida”
(que no estudo incluiu o VGBL – Vida Gerador de Benefícios Livres),
também foi responsável pelo impulso nos prêmios arrecadados que
chegaram a R$ 130,8 bilhões, um crescimento nominal de R$ 17,7%
principalmente em razão à contração de produto de previdência
privada VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres). Se considerarmos
os Planos de Previdência Privada, Saúde e Capitalização, o mercado
arrecadou R$ 274,1 bilhões e cresceu nominalmente 9,3%.
Já o volume de prêmios de seguro
“não-vida”, em 2016, alcançou R$ 74,8 bilhões, o que representa um
aumento nominal de 2,2% na comparação com 2015. Nesse segmento,
automóveis, que representam 54%, apresentou queda nominal de 1,7% e
real de 9,6%.
O resultado líquido das Seguradoras
Brasileiras totalizou R$ 17,8 bilhões, o que indica um
decrescimento de 10% em relação a 2015. O retorno sobre o
Patrimônio Liquido também foi menor em 5,7% quando comparado com o
ano anterior, situando-se em 21,9%.
De acordo com o levantamento, a taxa
de penetração de seguros no Brasil ficou em 3,3% do PIB ou seja, –
0,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior e 1,2 pontos
percentuais acima do observado em 2006 -, apontando clara tendência
de ascendência nos últimos dez anos, em linha com o registrado na
América Latina como um todo.
“Mesmo num cenário complexo do ponto
de vista macroeconômico, o mercado, em alguns segmentos como
Previdência e Saúde e em alguns ramos como Agrícola e
Responsabilidade Civil, sustentaram o crescimento nominal do
mercado. Quando avaliamos o crescimento real, descontada a
inflação, o aumento foi muito pequeno. Mesmo assim, a pesquisa
aponta para uma nova tendência de comportamento do brasileiro, que
cada vez mais se programa para a aposentadoria, buscando formas de
complementar a previdência social e também de manter a atenção à
necessidade da Saúde Complementar, ambos para garantir a manutenção
do padrão de vida futuro”, afirma o CEO da Mapfre no Brasil, Wilson
Toneto.
Perspectivas para
2017
O Serviço de Estudos da Mapfre espera
que a atividade econômica na LATAM e a procura por seguros ganhem
fôlego neste ano, impulsionada pelo aumento da demanda externa,
devido ao maior crescimento global, a uma taxa de câmbio depreciada
e ao apoio ao investimento público, com uma recuperação cíclica dos
grandes mercados.
No entanto, a instituição aponta para
dois riscos que podem afetar o setor de seguros, uma nova
desaceleração na China, o que derrubaria o preço das
matérias-primas, e uma normalização mais agressiva da política
monetária do FED, nos Estados Unidos, o que afetaria o custo da
dívida de muitos países latino-americanos.