Evento contou com seis espaços e
reuniu 468 obras das crianças atendidas pela instituição
Uma vez por semestre, a Associação
Beneficente dos Funcionários do Grupo Allianz (ABA) abre suas
portas para os visitantes, pais e corretores de seguros terem
oportunidade de se encantar com os trabalhos das crianças da
instituição. Dividida em seis espaços, a Mostra de Artes Visuais e
Digitais do 1° semestre de 2017 reuniu obras das 468 crianças e
adultos atendidos e aborda o tema “Territórios Existenciais”, que
tem como objetivo despertar o sentimento de pertencimento e
caminhos percorridos rotineiramente pelas crianças.
A Mostra é resultado do trabalho
desenvolvido ao longo de seis meses no Núcleo Infantil, Espaço de
Convivência e Núcleo de Inovação Digital. Com monitoria das
próprias crianças, a exposição explorou em um mapa ampliado os
pontos de referência do bairro Engenheiro Goulart, zona Leste de
São Paulo, onde está localizada a ABA, e as obras dos artistas
expressionistas Anita Malfatti e Aldemir Martins.
Enquanto as crianças explicavam para
os visitantes as ruas onde ficam a ABA, Unidade Básica de Saúde
(UBS), teatro, parque da região e até mesmo a casa de seus amigos,
Rose Oliveira, diretora de Projetos Sociais, contou que muitos não
tinham trabalhado a ideia de mapas. “As crianças já participaram de
brincadeiras, como “caça ao tesouro”, mas não tinham tido contato
com mapas. Foi uma experiência nova desenhar a trajetória por onde
caminham, eles são receptivos e curiosos por natureza”, conta.
No campo das artes, a pintora Anita
Malfatti chamou atenção das crianças, que foram desafiadas a criar
seus desenhos reproduzindo suas características artísticas.
Thaynara Ferreira Coelho, de 10 anos, que não conhecia as pinturas
da artista, gostou da experiência. “Foi difícil fazer os degradês e
as manchas iguais as da Anita Malfatti, mas eu gostei bastante”,
afirma.
Uma das obras da artista brasileira
foi levada para um campo até então pouco explorado: o da robótica.
O desafio era transformar e reproduzir a obra “O Farol” de maneira
que ele acendesse sozinho. Orgulhosas em frente ao farol feito com
isopor, pote de danone, pedrinhas, pilha e LED, Manuela Cardoso de
Souza, 9 anos, e Gisele dos Santos Pereira Nunes, 10 anos, contam
que o projeto foi feito a 12 mãos e levou mais ou menos um mês para
ficar pronto. “A gente não tinha alguns materiais para construir o
farol, então pesquisamos na internet e substituímos por outros
semelhantes, que fazem parte do nosso dia a dia”, conta
Manuela.
Já os adolescentes do Núcleo Digital
foram responsáveis pela digitalização de todas as obras produzidas.
Utilizando programas como Photoshop e Corel Draw, eles mantiveram
as características únicas das pinceladas e desenhos dos amigos.
Para finalizar, foi feita uma apresentação que ficará disponível no
site da ABA.
O diretor de Negócios Corporativos,
Mario Jorge, que esteve na Mostra, saiu ainda mais engajado com os
objetivos da associação. “O esforço dos educadores e o conhecimento
das crianças nos mostram que estamos no caminho certo para
transformar a realidade por meio da educação e construir uma
sociedade mais igualitária é a nossa prioridade número um”, afirma
o executivo que é membro da diretoria da ABA.
Para Jean-Marie Monteil, que fundou a
ABA, em 1993, quando era o presidente da então AGF Seguros, o
grande desafio é elevar a autoestima das crianças. “Muitas vezes
eles acham que não vão conseguir, que não estão preparados ou não
terão chance. Temos que mostrar a eles que sim, eles têm chance”,
ressalta.