Presidente da CNseg participa da
abertura do II Congresso Internacional CBMA de Arbitragem
A avaliação dos mecanismos de mediação
para dirimir conflitos dos contratos de seguros por adesão, como
Automóveis, Saúde Suplementar, Previdência Privada e Vida entre
outros, foi estimulada pelo presidente da CNseg, Marcio Serôa de
Araujo Coriolano, durante sua participação na solenidade de
abertura do II Congresso Internacional CBMA de Arbitragem, encontro
de dois dias realizado no Estado do Rio de Janeiro, no Museu do
Amanhã, no Centro do Rio, a partir desta quinta-feira (10/08).
Em discurso, Marcio Coriolano exortou
os participantes do encontro a usarem sua experiência na matéria
para ajudar a estruturar um modelo de mediação para os seguros
massificados, hoje a maior parte do mercado brasileiro. A mediação
é um processo extrajudicial de resolução de conflitos, no qual um
terceiro, imparcial, dá assistência às pessoas em conflito para
buscar um acordo amigável.
Entre os benefícios, a mediação
serviria para frear a crescente e excessiva judicialização
observada nos contratos por adesão, como no caso da Saúde
Suplementar, que atende a mais de 40 milhões de consumidores,
reduzindo a sobrecarga de casos que tramitam na Justiça. Ao mesmo
tempo, as soluções extrajudiciais poderiam ser o caminho para
garantir a sustentabilidade do mercado, tendo em vista que a
judicialização ameaça o fundamento do mútuo. “Nos seguros por
adesão, a prevalência do acolhimento de direitos individuais coloca
em risco a própria sustentabilidade do sistema, que é baseado na
solidariedade, à medida que poucos que tem acesso à Justiça e a
recursos para pagar advogados obtêm vantagens em prejuízo dos
demais segurados. “Nesse sentido, proponho que sejam aproveitadas
as inteligências presentes neste encontro, para que sejam propostas
soluções que preservem o mutualismo, cuja importância não se
alcança apenas o seguro como, principalmente, a cidadania”,
assinalou ele.
A seu ver, a mediação poderá ter uma
trajetória tão bem-sucedida quanto a da arbitragem para os seguros
de grandes riscos. As câmaras arbitrais estão se disseminando,
fruto inclusive do trabalho do CBMA, da qual a CNseg é uma das
entidades fundadoras, ao lado da Firjan, a federação das indústrias
fluminenses, e da ACRJ, a Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Comandada pelo presidente do CBMA, o advogado Gustavo Schmidt, a
solenidade de abertura contou também com a participação do
vice-presidente da Firjan, Carlos Fernando Gross; do
vice-presidente jurídico da ACRJ, Daniel Homem de Carvalho; da
presidente do Comitê Brasileiro de Arbitragem (Cbar), de Flávia
Bittar; e do presidente do Instituto de Advogados do Brasil (IAB),
Técio Lins e Silva.
Todos os participantes da solenidade
de abertura do congresso estão de acordo que a justiça arbitral
deve continuar sua marcha de consolidação no País. Nesse sentido, o
vice-presidente da Firjan, Carlos Gross, assinalou que, até na
recém-aprovada reforma trabalhista, o uso da arbitragem está
previsto para trabalhadores que recebam duas vezes o teto da
previdência social, ou seja, R$ 11 mil, desde que haja concordância
do empregado para indicar as câmaras arbitrais como fórum para
redimir conflitos. Para o vice-presidente jurídico da ACRJ, Daniel
Homem de Carvalho, não há dúvidas de que a arbitragem representa
uma moderna forma de solução de conflitos, beneficiando o conjunto
da sociedade com as decisões mais céleres. E com ganhos de
competitividade para todas as atividades, acrescentou Gross.
A pauta temática do II Congresso
Internacional CBMA de Arbitragem é mais um exemplo do cenário
bastante promissor da arbitragem e da mediação, ao incluir, além da
experiência internacional, tópicos como “O passado, presente e
futuro da arbitragem no Brasil”, a relação do Judiciário e a
arbitragem, “A autonomia da vontade no procedimento arbitral:
limites e possibilidades”; “O devido processo legal na prática
arbitral”; “A arbitragem e seus custos”, “A prova na arbitragem”, e
“A prática arbitral na perspectiva dos advogados”. O encontro
encerra-se nesta sexta-feira, 11, no final do dia, com o
revezamento de laureados especialistas brasileiros e estrangeiros
em mediação e arbitragem.