Projeto aprovado cria Política
Estadual de Barreiras de Segurança nas rodovias fluminenses
No âmbito do Legislativo estadual, há
um conjunto de normas para buscar conter a ação criminosa nas
estradas fluminenses, com ações para reprimir o tráfico de armas e
drogas, furtos e roubo de carros e de carga, entre outros tipos de
crime. A mais recente iniciativa foi a aprovação do projeto de lei
835/15, que cria a chamada Política Estadual de Barreiras de
Segurança nas rodovias- normas para fiscalizar, monitorar e
proteger as vias que cortam o Estado do Rio de Janeiro. Aprovado em
segunda discussão, o projeto segue para avaliação do governador
Luiz Fernando Pezão, que terá 15 dias úteis para sancionar ou
vetar. O projeto prevê a realização de operações integradas entre
diferentes forças de segurança, como a Polícia Militar e a Polícia
Rodoviária, para reprimir crimes. Também prevê o desenvolvimento de
programas e ações de inteligência, ampliação dos postos de
fiscalização, entre outras ações. A proposta autoriza o Executivo a
criar um batalhão de controle de divisas do estado e uma delegacia
especializada em repressão a armas e explosivos. O aumento
recorrente do roubo de cargas nas rodovias fluminenses prejudica
fortemente comerciantes e empresas. Apenas os Correios tiveram um
crescimento de 20% de casos de roubos a caminhões, comparando os
cinco primeiros meses de 2017 e de 2016. Para o presidente da
Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro (Alerj), deputado Paulo Ramos (PSol), as forças de
segurança precisam atuar de forma integrada para reduzir os
elevados índices de violência no estado Uma das estruturas que
ajudam nessa colaboração é o Centro Integrado de Comando e Controle
(CICC) da Seseg, que, desde 2013, trabalha com o setor de
estratégia e planejamento, de onde resultam operações concretas. De
acordo com o coordenador do Centro, delegado Aldrin da Rocha, a
iniciativa é composta por 15 instituições de segurança e mobilidade
urbana da cidade do Rio, do estado e da União. Ele explicou que os
Correios podem participar do grupo, por meio de assento do
Sindicato de Empresas de Transporte de Cargas (Sindcargas). “Nesse
espaço, temos instituições vivendo e convivendo todo o dia. O
Sindcargas unifica interesses, mas isso não inviabiliza um diálogo
direto com os Correios”, disse. Essa ação conjunta deverá se ater
ao fato de que, segundo o delegado Marcelo Prudente, da Polícia
Federal (PF), o roubo de cargas está intimamente associado ao
tráfico de drogas e armas. Ele explicou que, no âmbito estadual, a
Polícia Civil tem delegacias específicas para esses crimes e que a
PF também se dedica ao tráfico de armas e aos roubos de cargas.
“Tendo em vista que esses crimes são desenvolvidos pelos mesmos
grupos, é importante que as instituições estejam integradas para
que possamos fazer uma repressão uniforme”, explicou. Cargas. De
acordo com os Correios, a empresa teve, em 2016, R$ 14 milhões em
prejuízos com ações civis por conta do roubo das correspondências.
No mesmo ano, foram investidos R$ 20 milhões em segurança. Além do
aumento no número de cargas roubadas nos cinco primeiros meses, o
assalto às agências cresceu 67% no mesmo período. O diretor
regional da empresa, Cleber Machado, contou que, no mês passado,
uma carga com 3.200 encomendas foi roubada a caminho do aeroporto.
Entre os itens, estavam os mais diversificados pertences, como
passaportes, remédios e escrituras. “Era uma entrega que iria para
todos os estados e até outros países. Quando uma carga dessas é
roubada, o cidadão é o maior prejudicado”, disse. Ele disse, ainda,
há certos locais em que os carteiros “correm risco de vida” porque
são ameaçados a fornecer informações sobre as cargas. Também esteve
presente a deputada Martha Rocha (PDT), presidente da Comissão de
Segurança.