Supremo
Tribunal Federal (STF) inicia nesta sexta-feira (2) a discussão de
ações para averiguar se os pedidos de bloqueio ao WhatsApp no
Brasil violam princípios garantidos na Constituição Federal. Desde
2015, o aplicativo que pertence ao Facebook foi alvo de quatro
pedidos de suspensão com base no Marco Civil da Internet –três
foram executados.
Todas as medidas eram
represálias porque o WhatsApp descumpriu ordens judiciais para
fornecer conversas trocadas em seu serviço. A empresa, que pertence
ao Facebook, afirma não poder fornecer dados que não possui, já que
usa um modelo de criptografia (técnica para codificar arquivos
digitais a fim de driblar interceptações) que a impede de acessar
os conteúdos trocados em sua plataforma.
No último desses bloqueios, em
julho do ano passado, o serviço de bate-papo só foi restabelecido
quando o ministro Ricardo Lewandowski derrubou a decisão do
Tribunal do Justiça do Rio de Janeiro. O magistrado acolheu, em
caráter liminar (provisório), uma ação impetrada pelo PPS. Na
época, Lewandowski argumentou que tirar o serviço do ar era uma
iniciativa “pouco razoável e desproporcional”, mas sua decisão “não
se ingressa na discussão sobre a obrigatoriedade de a empresa
responsável pelo serviço revelar o conteúdo de mensagens”.
É o mérito dessa ação, uma
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), relatada
pelo ministro Edson Fachin, e o de outra, uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI), relatada pela ministra Rosa Weber,
começa a debater com audiências públicas nesta sexta e na
segunda-feira (5).
Na ADPF, o PPS afirma que os
bloqueios do WhatsApp infringem o preceito fundamental da liberdade
de comunicação e expressão, presente na Constituição e no Marco
Civil da Internet.
Já a ADI questiona se
dispositivos do Marco Civil da Internet usados para como base
jurídica para bloquear o app violam as garantias
constitucionais.
Quem vai falar na audiência pública?
Os ministros decidiram
conjuntamente concentrar a discussão das duas ações para abranger
os dois temas. Serão ouvidos 23 especialistas e representantes de
entidades civis sobre o tema. Na lista há, além de executivos do
WhatsApp e do Facebook, como o cofudador do app de mensagem Brian
Acton, a Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República,
professores universitários e advogados.
O que diz o Marco Civil da Internet e que será analisado pelo
STF: