Com o objetivo de defender a categoria
dos corretores de seguros e os consumidores, a diretoria do
Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo
(Sincor-SP) esteve em Brasília, nesta quinta-feira (25/05), para
acompanhar uma Audiência Pública sobre a comercialização e
propaganda de seguros pela internet praticada pela Youse, da Caixa
Econômica Federal, sugerida pelo deputado federal Lucas Vergílio
(SD-GO).
Realizada na Câmara dos Deputados, a
audiência contou com o deputado federal Lucas Vergílio presidindo a
mesa de debate, com o diretor da Caixa Seguridade, Paulo Eduardo
Cabral Furtado; a superintendente da CNseg, Glauce Karine de Jesus
Madureira; o advogado da Fenacor, Raphael de Moraes Miranda; o
coordenador da Comissão de Tecnologia do Sincor-SP e CEO da Minuto
Seguros, Marcelo Blay; o advogado Antonio Penteado Mendonça; e o
diretor de Organização do Sistema de Seguros Privados da Susep,
Marcelo Augusto Camacho.
Mais de 40 corretores de seguros do
Estado de São Paulo estiveram presentes no debate. Membros da
diretoria do Sincor-SP empunhavam faixas como mensagens como “Pelo
respeito ao consumidor e à instituição de seguros no Brasil”,
“Corretor de seguros lutando por inovações legais na defesa do
consumidor” e “Distribuição de seguros: essa força é nossa!”.
Em discurso eloquente e com apoio do
público, formado em sua maioria por corretores de seguros, o
presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, disse que a Youse
desdenhou da atividade de corretagem e, depois de ações realizadas
pela categoria, alterou suas divulgações, passando a informar que a
PAR Corretora faz parte dos processos. “Isso, minimamente, é uma
bipolaridade empresarial, e até que se contradissesse, houve uma
ação extremamente nociva e enganosa ao consumidor, na contramão dos
tempos atuais em que as empresas buscam o respeito aos clientes”,
pontuou.
O presidente do Sincor-SP também
dirigiu algumas perguntas ao representante da Caixa. “Se existia a
corretagem, a Youse cobrava por um serviço que ela mesma dizia não
oferecer ao cliente. Quanto a PAR recebeu de comissão neste
processo sem prestar serviço ao consumidor? Quando será devolvida a
prestação deste serviço cobrado e não prestado ao consumidor da
Youse? E como irá reparar a achincalhação feita aos inúmeros
corretores de seguros que, diferente do que foi dito, compõem uma
categoria altamente comprometida e profissional, e que trabalharam
na criação de um ambiente fértil para que a Youse viesse atuar
neste mercado?”, questionou.
O coordenador da Comissão de
Tecnologia do Sincor-SP, Marcelo Blay, que possui uma corretora de
seguros operando no canal web, fez uma apresentação mostrando seu
modelo de negócios e destacou que a empresa oferece outras formas
de atendimento ao consumidor para mitigar os riscos de uma compra
de seguro. “Não conseguimos fazer uma venda 100% online, porque o
cliente não entende do assunto e depois terá problemas”,
afirmou.
Como autor do requerimento da
audiência, Lucas Vergílio questionou a ausência de executivos, que,
segundo ele, eram fundamentais no debate. “Lamento a ausência do
presidente da Caixa e do presidente da Caixa Holding, que é dona da
Youse. Isso para mim é falta de consideração com esta casa do povo.
O nome Caixa pertence a todos os brasileiros, é uma empresa que
leva capital público e, por isso, tem que ter cuidado com a
utilização de recursos públicos”. O deputado adiantou que irá
oficializar um pedido de auditoria na Youse junto à Susep.