6º Encontro de Resseguro ocorre no Rio
de Janeiro e comemora também 10 anos de mercado livre
Mais de 600 executivos participaram
nesta quarta-feira de manhã da abertura do 6º Encontro de
Resseguro, que, nesta edição, comemora os 10 anos de mercado livre
desse importante braço de suporte das operações de seguros no País.
Organizado pela CNseg, em parceria com a Fenaber e Escola Nacional
de Seguros, o evento reuniu, na solenidade de abertura, algumas das
principais lideranças e autoridades do mercado: Francisco Alves de
Souza, da FenaPrevi; João Francisco Silveira Borges da Costa, da
FenSeg; Joaquim Mendanha de Ataídes, da Susep; João Carlos de Souza
Abrahão, da ANS; Marcio Serôa de Araujo Coriolano, da CNseg; Marco
Antonio da Silva Barros, da FenaCap; Paulo Pereira, da Fenaber;
Robert Bittar, da Escola Nacional de Seguros; Roberto da Rocha
Azevedo, da Abecor; e Solange Beatriz Palheiros Mendes, da
FenaSaúde.
Em discurso, o presidente da CNseg,
Marcio Coriolano, assinalou que o mercado de seguro demostrou
resiliência mesmo com o agravamento da crise econômica, ao exibir
expansão nominal bastante razoável. No ano passado, o mercado
cresceu 9,2%, alcançando, sem contar com saúde suplementar, R$ 239
bilhões em 2016. Com a inclusão do faturamento estimado das
operadoras de saúde, na casa de R$ 160 bilhões, a chamada receita
do mercado ampliado de seguros atingiu quase R$ 400 bilhões. “Em
2016, ano crítico para o País, depois de um 1º trimestre
decepcionante, as taxas se recuperaram gradativamente e, ao final
do ano, obtivemos crescimento de 9,2%, portanto apenas um ponto
percentual abaixo do ano anterior”, destacou Coriolano. No caso do
mercado supervisionado pela Susep, reconheceu que a expansão foi
liderada por um pequeno numero de modalidades, com destaque para os
planos de previdência (VGBL, principalmente), seguro de vida
individual e apólices de Garantia e Rural, uma concentração que
também indica que o mercado foi mais duramente afetado pela
crise.
Mas Coriolano acredita que o mercado
segurador já superou o pior momento da recessão de 2016. Não só
porque a taxa de expansão ter se ampliado trimestre a trimestre,
depois do susto causado pela forte desaceleração no começo do ano
passado. Mas também porque o resultado do primeiro bimestre do ano
já é representativo, ao voltar à casa dos dois dígitos. “Neste
início de ano, os números dos dois primeiros meses apontam para uma
satisfatória estabilidade, já que, em fevereiro, considerando-se o
acumulado dos últimos 12 meses, alcançamos uma evolução de 10,6%
sobre igual período do ano anterior, voltando, portanto, ao mesmo
nível de 2015”, lembrou ele. E a perspectiva é positiva, porque
existe a previsão de lançamento de produtos que já tiveram a
regulamentação aprovada ou em via de ser, ampliando o mercado
potencial. Ele se refere ao Universal Ljfe, à modalidade de
capitalização para os planos e seguros de saúde; à nova lei de
licitações públicas que amplia a participação do seguro garantia;
ou ao fim do monopólio no seguro de Acidentes do Trabalho. Nichos
de grandes riscos ou massificados que exigem a parceria com as
empresas de resseguros, para que o mercado possa demonstrar ter
capacidade de ampliar a proteção de patrimônios, saúde e rendas, e,
em consequência, contribuir para o desenvolvimento do país em bases
sustentáveis.
Outros discursos foram feitos na
abertura. O diretor presidente da ANS, João Carlos de Souza
Abrahão, voltou a pedir que as resseguradoras criem planos para as
operadoras de saúde, lembrando que a agência reguladora, nesse
sentido, têm feito ações para ampliar a transparência e governança
do setor, necessárias para dar a previsibilidade exigida nos
negócios de resseguros. O superintendente da Susep, Joaquim
Mendanha de Ataídes, destacou estudos para aproximar as práticas
das seguradoras e resseguradoras brasileiras dos mercados globais e
deu a entender que, na próxima reunião do CNSP, deverão ser
aprovadas novas medidas em prol do fortalecimento de seguros.
O presidente da Fenaber, Paulo
Pereira, fez um breve balanço dos 10 anos de mercado de resseguros
livre. No período, o mercado saiu de um órgão monopolista de
resseguros para 128 players presentes no País; e a receita pulou de
R$ 3,8 bilhões por ano para os atuais R$ 10 bilhões de 2016,
destacou ele, reclamando que ainda há alguns nós regulatórios que
podem frear o potencial de crescimento.
Neste primeiro dia, diversas palestras
dão uma visão holística do mercado. Pela manhã, duas foram
proferidas-“Perspectivas para a Economia no Brasil”, apresentada
pelo economista, Alexandre Schwartsman, da
Schwartsman&Associados; e com participação de Claudio Contador,
da Escola Nacional de Seguros; e Andrea Keenan, da A.M. Best. E o
projeto de Lei 3555, debatido por Andre Tavares, da Tavares
Advogados; João Marcelo Santos, da Santos Bevilaqua Advogados; e
Marcelo Mansur, da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga
Advogados; e Sergio Ruy Barroso de Mello, da Pellon Advogados.
À tarde, será a vez dos painéis
técnicos- “Inovação do Seguro de Vida: Agregando Valor ao Produto”,
com Alessandra Monteiro, do IRB Brasil Re; João Carlos Botelho, da
Safra Vida e Previdência; e Marcos Spiguel, da Sul América Seguros
de Pessoas e Previdência.
Outro será a “Colocação Preferencial
de Resseguro”, com Diogo Ornellas, da Susep; Eduardo Menezes, da
Bradesco Auto Re; e Marcia Cicarelli, da Demarest Advogados. O
painel “A Fragilidade da Classe Média e suas Consequências para o
Seguro” será discutido por Alexandre Leal, da CNseg; e Walter
Stange, da ARS Advanced Risk Solutions. Já o painel “Assimetrias
Entre os Mercados Local e Internacional de Resseguro” será debatido
por Bruno Freire, da Austral Resseguradora; Marco Castro, do
Lloyd’s; e Rubens Teixeira Junior, da Allianz Seguros.
Por fim, o painel que fará um balanço
dos 10 anos do mercado de Resseguro e os próximos passos ficará a
cargo de Carlos Varela, da Fasecolda – Federação das Seguradoras da
Colômbia; Paulo Eduardo de Freitas Botti, da Terra Brasis
Resseguros; e Rodrigo Botti, também da Terra Brasis Resseguros.