Fórum Econômico Mundial lista
ameaças que devem estar no radar de gestores públicos e
privados
Cinco riscos globais podem produzir
danos profundos ao crescimento mundial nos próximos 10 anos,
segundo o Relatório de Riscos Globais 2017 do World Economic Forum,
publicado nesta quarta-feira, 11. A saber: desigualdade de renda;
mudanças climáticas; polarização social; dependência cibernética; e
envelhecimento da população. O relatório, produzido com o apoio da
Marsh & McLennan Cos. Inc. e Zurich Insurance Group Ltd., lembra
que, já no ano passado, “o aumento da disparidade de renda e
riqueza e a polarização crescente das sociedades produziram
mudanças políticas significativas e poderiam exacerbar os riscos
globais em 2017, se não forem tomadas medidas urgentes para
mitigá-los”. A pesquisa ouviu aproximadamente 750 especialistas,
que avaliaram 30 riscos globais e 13 tendências subjacentes.
Entre as saídas, o relatório sugere
gerar um crescimento econômico mais inclusivo, envolvendo apoio aos
desempregados. O estudo acrescenta que os contratos de trabalho
devem ser reformulados para evitar que os trabalhadores contratados
sejam excluídos dos regimes de assistência social do governo, além
de gerar receita para manter os programas sociais.
Pela primeira vez, eventos climáticos
extremos aparecem no levantamento com a tarja de risco global mais
proeminente, mesmo após a aprovação global do acordo climático de
Paris, no ano passado. Isso porque as mudanças políticas na Europa
e na América do Norte ameaçam sua execução. “Urgente ação é
necessária entre os líderes para identificar formas de superar as
diferenças políticas ou ideológicas e trabalhar em conjunto para
resolver os desafios críticos”, disse Margareta Drzeniek-Hanouz,
chefe de Competitividade Global e Riscos para o Fórum Econômico
Mundial em Cologny, na Suíça, por meio de comunicado. “O impulso de
2016 para enfrentar a mudança climática mostra que isso é possível
e oferece esperança de que uma ação coletiva a nível internacional
voltada para a reposição de outros riscos também possa ser
alcançada”, acrescenta.
Há também gap no acompanhamento pela
sociedade das mudanças tecnológicas. Para especialistas, a
inteligência artificial e a robótica trazem não só benefícios
potenciais, mas também embutem efeitos negativos potenciais,
exigindo uma melhor governança, escreve o relatório. “Vivemos em
momentos de ruptura, onde o progresso tecnológico também cria
desafios”, disse Cecilia Reyes, diretora de risco da Zurich
Insurance, em comunicado. “Sem uma governança apropriada e a
readequação de trabalhadores, a tecnologia eliminará os trabalhos
mais rapidamente do que os cria. Os governos não podem mais
fornecer níveis históricos de proteção social e uma narrativa
anti-establishment ganhou força, com novos líderes políticos
culpando a globalização pelos desafios da sociedade, criando um
ciclo vicioso em que o menor crescimento econômico só amplificará a
desigualdade. A cooperação é essencial para evitar a deterioração
das finanças públicas ea exacerbação da agitação social”, disse
Reyes.