Em encontro realizado nesta
segunda-feira (18/7), na Federação das Indústrias de São Paulo
(Fiesp), o ministro Ricardo Barros, fez um panorama dos grandes
desafios da sua gestão no Ministério da Saúde. Para uma plateia
repleta de empresários e profissionais do segmento de saúde, Barros
afirmou que informação, promoção e prevenção à saúde e dialogo são
os principais pilares do seu trabalho.
O ministro também defendeu a
incorporação de novas tecnologias como ferramenta para diminuir os
custos do setor. Na saúde pública o ministro prometeu fortalecer
programas como Mais Médicos e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e
Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Modelo do SUS tem que ser
mais barato e eficiente”, afirmou.
De acordo com Barros, está em
andamento o projeto de centralização de sistemas de informação do
SUS, permitindo a integração de diferentes fontes. “Há um grande
desafio na atenção básica. A melhor qualidade das consultas
permitiria economizar dinheiro”. Segundo o ministro, 50% dos exames
pedidos no SUS não são retirados, e 80% dão resultado normal.
No encontro, que contou com as
presenças de Solange Beatriz Palheiro Mendes e José Cechin –
respectivamente, presidente e diretor executivo da FenaSaúde –O
ministro acenou com o possível credenciamento de hospitais públicos
para atender também aos planos privados “O ministro tem uma visão
lúcida com relação ao orçamento público. Significa ter a
compreensão de que o SUS só pode oferecer o que o próprio sistema
dispõe. É impossível dar tudo, a todos, o tempo todo, porque os
recursos são escassos. Nesse momento de crise, precisamos trabalhar
juntos”, declarou Solange Beatriz.
Com relação à judicialização, o
ministro adiantou que está em contato com os ministros do
Judiciário para dialogar em busca de soluções que ajudem a coibir
os excessos. “Essa é uma medida de extrema urgência”, declarou a
presidente da FenaSaúde. “Hoje mesmo, tivemos a notícia de que a
Policia Federal desarticulou um esquema de fraude em compras de
equipamentos médicos no Hospital das Clínicas de São Paulo. O
prejuízo estimado é de cerca de R$ 18 milhões aos cofres
públicos.”
A executiva se referiu a Operação
Dopamina, realizada pela PF e Ministério Público Federal, que
apurou fraudes na compra de equipamentos por servidores do Hospital
das Clínicas de São Paulo para implante em pacientes com o Mal de
Parkinson. De acordo com a investigação, 82 pacientes deixaram de
ser atendidos em favor de quem entrou na Justiça seguindo
orientação de um cirurgião e do diretor-administrativo do maior
complexo hospitalar da América Latina.