As seguradoras multinacionais
ampliaram a capacidade
para coberturas de risco
político. Segundo relatórioPolitical
Risk Market
Update da Marsh a
capacidade para risco político no mercado global é de US$ 2,4
bilhões para uma única apólice, praticamente o dobro em relação aos
US$ 1,3 bilhões há seis anos. O limite para cada apólice saltou de
US$ 77 milhões em 2003 para US$ 2,4 bilhões em 2015.
Para Kiyoshi Watari, líder
das práticas de risco
político, crédito e garantia da
Marsh Brasil, o maior volume de recursos para risco político revela
uma mudança estratégica das
seguradoras – mais foco em linhas de seguros mais especializadas
(caso de risco político) e menos foco em operações tradicionais
de property and
casualty (seguros patrimonial e de ativos
das empresas e seguros para proteger de ocorrências, eventos,
acidentes).
“Em mercados de linhas tradicionais, a competição é mais
acirrada. Por isso, a estratégia de diversificação para linhas de
negócios especializadas”, explica o executivo.
O Political Risk Market
Update da Marsh revela que as seguradoras estão investindo no
segmento de risco político mesmo num ambiente em que o mercado de
seguros de risco político continua a ser impactado pela queda nos
preços de petróleo, tensões geopolíticas incluindo mudanças de
regimes em diversos países (forçado ou por eleições
constitucionais).
O estudo traz também um
ranking de riscos políticos e das regiões com maior instabilidade
política. Entre os riscos estão o não pagamento de contratos, danos
físicos, abandono forçado, não-conversibilidade de moedas e
expropriação. As regiões de instabilidade política, consideradas de
alto risco, são Líbia e Ucrânia. A África subsaariana (exceto
África do Sul), o Oriente Médio (Síria, Irã, Iraque, Afeganistão,
Paquistão, Cazaquistão) e o Leste Europeu (Ucrânia, Sérvia, Kosovo)
também estão entre as regiões classificadas com instabilidade
política. “É crescente o número de empresas brasileiras com
operações em regiões como Oriente Médio, África e Leste Europeu
contratando seguro de risco político, à medida que expandem suas
operações offshore. No mundo, são
mais de 35 seguradoras entre privadas e públicas que atuam no
segmento de risco político”, afirma.
Na América Latina, há também
instabilidade política em países como Venezuela, Equador,
Guatemala, Honduras e Haiti. O Brasil, segundo
o Political Risk Market Update, está
classificado com risco médio.