O Índice de Confiança e
Expectativas do Setor de Seguros (ICSS), calculado a partir de
pesquisa realizada pelaFenacor,
teve queda no mês de julho, registrando
68,3%. Segundo o levantamento, o número – calculado de 0 a 200 –
reflete a instabilidade econômica e política vivida pelo Brasil, o
que influencia as empresas do setor, que iniciam agosto na
expectativa pelo retorno do recesso parlamentar e as definições
sobre as agendas do Congresso Federal por temas que possam alterar
o atual cenário de negócios.
O presidente da Fenacor, Armando
Vergílio, acredita que com novas definições é
possível retomar um aumento no
percentual. “O setor de seguros é estratégico para a economia por
envolver 4% do PIB. Nosso índice é calculado com 100 grandes
companhias. São empresários que acompanham todos os dias as
notícias e definições socioeconômicos. O indicador de julho é uma
resposta a tudo isso. Mas não quer dizer que ainda não tenhamos
mecanismos de reação e organização para melhorias. Temos que pensar
opções para o setor que envolve mais 80 mil profissionais em todo o
Brasil”, avalia o executivo.
O ICSS é um indicador mensal que
mede a confiança do setor de seguros no
Brasil, sendo resultado de três variáveis: Índice de Confiança e
Expectativas das Seguradoras (ICES), Índice de Confiança e
Expectativas das Resseguradoras (ICER) e Índice de Confiança das
Grandes Corretoras (ICGC). Todos os números tiveram desempenho
abaixo dos 70 pontos, após três meses de alta.
O setor
de seguros está sentindo alterações importantes da
economia brasileira, como a queda nas vendas de automóveis,
principal fonte de novos contratos, e a alta da inflação. Contudo,
há boas notícias como rentabilidade que ainda se mantém, o que dá
ânimo para que as empresas pensem em possibilidades de novos
negócios em tempos de crise.
Expectativa de
piora
No mês de julho, em relação ao
crescimento da economia, todos os três segmentos da área de seguros
ficaram com expectativas negativas em relação ao crescimento da
economia brasileira. 54% das seguradoras, 55% das corretoras e 62%
das resseguradoras esperam piora.
Resseguradoras esperam
manter rentabilidade
Focando em rentabilidade, a
pesquisa mostra boas expectativas para
as resseguradoras: 69% delas esperam um
cenário igual ao atual pelos próximos seis meses. Em junho, este
número era de 54%. Ou seja, há boas notícias para este item
analisado pela pesquisa. Isto se explica porque este tipo de
empresa possui suas reservas em aplicações, que rendem juros, o que
permite a compensação.
O mesmo ocorre para 50% das
seguradoras. Já as corretoras, que lucram apenas sobre as vendas,
55% esperam piora. Este é um reflexo da estagnação da economia e do
controle de gastos por parte dos clientes.
Faturamento tende a manter
situação atual
Entre seguradoras e resseguradoras,
a maior expectativa quanto ao faturamento é a de manutenção, mas
com leve tendência de baixa. Em seguradoras, 56% das empresas
esperam continuidade e 9% alguma melhora.
Para as resseguradoras, mesmo com o
aumento para rentabilidade, 54% acreditam em perdas no faturamento.
Na pesquisa de junho, quanto ao faturamento, as empresas de
resseguro estavam mais animadas com o manutenção da receita: 62%.
Em julho, este número caiu 16 pontos, fechando em 46%.
Desempenho do ICSS nos
últimos meses