O brasileiro não planeja a
aposentadoria. Segundo levantamento do SPC Brasil, 57% dos
consumidores não se preparam financeiramente para essa fase. Desse
universo, 17% pretendem depender do valor pago pelo INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) na terceira idade. Os dados são de
pesquisa realizada com 662 entrevistados nas 26 capitais
brasileiras e no Distrito Federal.
Para Thiago Alvarez, sócio do site
de finanças pessoais GuiaBolso, o resultado preocupa,
principalmente no que diz respeito a quem pretende depender do
INSS. Como o valor da aposentadoria geralmente é menor que o último
salário, muitas pessoas podem ter dificuldade para manter o padrão
de vida.
“Aí a única coisa que resta é
cortar gastos. Ou essas pessoas correm o risco de encarar o
endividamento”, ressalta. Para evitar surpresas, o planejamento
financeiro é fundamental. “É preciso ter uma reserva financeira
separada da familiar. Se ficar no mesmo bolo, o consumidor pode
ficar tentado a tirar o dinheiro do bolo para comprar um carro ou a
gastar”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC
Brasil.
Uma dica é colocar o dinheiro em
aplicações nas quais seja mais difícil resgatar o montante, como o
Tesouro Direto ou a previdência privada. Esses investimentos também
são interessantes porque podem ter aportes programados. “Tem que
ter disciplina. Juntar R$ 50 ao mês aos 20 anos faz uma grande
diferença depois de 40 anos”, ressalta Kawauti.
No Tesouro Direto, é preciso tomar
cuidado na escolha do título público. Como o foco é longo prazo, o
investidor pode optar por um papel do tipo Tesouro IPCA mais juros
semestrais, que paga uma taxa prefixada e a inflação. Há
alternativas com vencimento até 2050.
Na previdência privada, as atenções
devem se votar às taxas, que podem corroer até 30% dos ganhos.
Quanto maior for o montante aplicado, menor deve ser a taxa
cobrada.