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O aumento da longevidade traz impacto muito positivo

Fonte: : Fox News Data: 05 novembro 2014 Nenhum comentário

Lúcio Flavio Condurú de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência e vice-presidente da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), fala sobre o aumento da longevidade dos brasileiros e o crescimento da consciência de que garantir renda com os produtos de vida e previdência é imprescindível. Confira!

 

 

Com o aumento da longevidade e do trabalho informal, menos contribuintes e mais beneficiários para a previdência social, esse modelo de aposentadoria está chegando ao fim?

Lúcio Flavio Condurú de Oliveira – A previdência social sempre vai existir e é imperativo que seja assim exatamente em função do modelo em que ela foi criada na década de 40, que contempla a existência de um regime de repartição. Esse regime podemos resumir dizendo que quem tem alguma coisa ou muito paga para que aqueles que pouco ou nada têm possam contar com um benefício mínimo, e aí entra não somente a aposentadoria como todos os beneficios sociais que a previdência traz. As dificuldades de fechar a conta da previdência social é um fenômeno mundial, temos uma tendência de achar que o que acontece de ruim é somente em nosso país. O regime de repartição está sendo revisto no mundo todo, para que a conta possa fechar. Um dos fatores é o aumento da longevidade.

 

O aumento da longevidade trará qual impacto ao mercado de previdência?

Lúcio Flavio – Se analisarmos da década de 40 até hoje verificamos que o aumento da expectativa de vida é muito expressivo, principalmente por avanços na medicina. A cada cinco anos o brasileiro ganha um ano ou um ano e meio a mais de vida –  isso é maravilhoso! Já nasceu o brasileiro do qual toda sua geraçao irá viver mais de 100 anos. Mas como vivemos um regime de repartição, haverá cada vez mais pessoas gozando do benefício. Então ou se diminui o valor do benefício, ou se retarda a data para receber, ou se cobra mais mais imposto para receber o benefício. No nosso Brasil que ja tem tantos impostos é dificil. Em outros países, como na Euroupa, onde há muitos beneficios sociais e pessoas lutando por melhorias é diferente. Existe uma idade para se aposentar. Já foi 60, agora é 65 anos, alguns países adotaram essa nova data. Mas no nosso país pensar nisso é complicado, o fator previdenciário diminui o valor da aposentadoria em até 30%. É um fenômeno mundial, o fator previdenciário já remediou um pouco a situação, porque para as pessoas receberem o regime completo elas terão que trabalhar mais e ficar mais tempo contribuindo. 

 

Fale sobre a importância da previdência privada para suporte a essa situação. Por que as pessoas não têm essa consciência?

Lúcio Flavio – Previdência é uma poupança. Não é o produto poupança, mas é uma poupança previdenciária. Poupança é renda menos o consumo. Precisamos de poupança para poder investir, temos que abrir mão do consumo para investir no regime previdenciário que tem objetivos como a aposentadoria (o maior dele), educar filhos, montar negócio próprio, se proteger em caso de doença. Os novos modelos preveem aposentadoria, mas também o regaste em uma necessidade, principalmente nos produtos PGBL e VGBL. O aumento da longevidade traz impacto muito positivo para nosso mercado, pois se as pessoas estão vivendo mais e os beneficios da previdência social não atendem suas necessidades de sobrevivência, elas têm que fazer a previdência privada. Falta muito para todos terem essa consciência, mas ela vem crescendo, podemos constatar até mesmo pelo aumento das aquisições de produtos de previdência. Estamos ainda atrasados em relação a outros países porque a estabilidade econômica é muito recente, tem pessoas que viveram outras épocas, onde todas estavam mais preocupadas em se proteger da inflação do que se proteger do futuro. A estabilidade da moeda, o controle da inflação, o aumento do emprego e da renda são fatores que impulsionam esse mercado. Aos poucos as pessoas vão conseguindo atender suas necessidades e começam a se preocupar com o futuro. Estamos saindo de um estado paternalista, quando antes se esperava que o estado mantivesse o padrão de vida das pessoas, agora você precisa de previdência para complementar sua aposentadoria.

 

Antigamente o estado conseguia garantir o padrão de vida?

Lúcio Flavio – Antes tinham mais pessoas pagando do que usando, era superávitario. Chegou-se a prometer pagar 20 salários mínimos, depois 10, e hoje o teto nao chega a R$ 4 mil. Estamos num processo importante de criar cultura para produtos de longo prazo, o que em nosso país ainda é uma coisa que está sendo construída, pois brasileiro é imediatista, começa a pensar na aposentaria aos 40 anos. Divulgar a necessidade do mercado de previdência privada é um dever de casa importante, das seguradoras, corretores de seguros, órgãos reguladores e imprensa.

 

E o seguro de vida? Por que o seguro de vida pode ajudar na preservação de patrimônio?

Lúcio Flavio – O seguro de vida também é um produto de longo prazo, ninguém compra um seguro de vida para morrer amanhã, e também como a previdência é uma poupança, é patrimônio. Essa é uma consciência que o brasileiro ainda está conquistado, isso está mudando também porque a população está envelhecendo e as pessoas verificam que precisam deixar um patrimônio para a família, proteger, até porque é uma indenização que não entra em inventário, e o pagamento cabe no bolso. Os produtos de vida e previdência procuram ser flexíveis e transparentes para atender a todos os clientes.

 

Qual a participação da Bradesco nos ramos de vida e previdência?

Lúcio Flavio – Estou há 30 anos no mercado de seguros, sempre atuando vida e previdência. Lá atrás tinha muita dificuldade para comercializar esses ramos,  teve uma crise de credibilidade muito grande. A entrada de empresas grandes como a Bradesco deu credibilidade, porque o consumidor precisa de solidez, uma relação de confiança, para adquirir produtos de longo prazo. Em previdência privada a Bradesco tem perto de 33% do mercado, somos líderes; em vida 17,5%, vice-líderes.

 

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