Universidades receberão R$ 80 mil para
implantação, além de recursos mensais de até R$ 103,3
mil
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou
nesta terça-feira (5) uma ação que permitirá maior integração entre
estudantes do curso de odontologia e o Sistema Único de Saúde
(SUS). A iniciativa, realizada em parceria com o Ministério da
Educação e intitulada GraduaCEO, possibilitará que universitários
de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas
acompanhem o trabalho das Equipes de Saúde Bucal desde o início do
curso e realizem procedimentos odontológicos nas etapas finais da
graduação, com orientação dos professores. A expectativa do governo
federal é que a ação amplie o acesso da população aos serviços de
saúde bucal e permita uma formação profissional mais próxima da
realidade e da saúde pública brasileira, qualificando a
assistência.
O Ministério da Saúde investirá R$
2,4 milhões de recurso para implantação de 30 clínicas
odontológicas dentro das universidades, além de R$ 27 milhões de
recursos para custeio dessas clínicas até o fim de 2015, um
investimento total de R$ 29,4 milhões. A expectativa é que 15
universidades façam adesão ao GraduaCEO até o fim de 2014, o que
representa a realização de 40,5 mil procedimentos odontológicos a
mais por mês na rede pública de saúde até o final do
ano.
“Ainda estamos marcados por um modelo
de mutilação de boa parte da nossa população. Era o modelo da
extração e da mutilação que levou à existência de gerações de
pessoas absolutamente desprovidas do direito de sorrir, de mastigar
e de se sentir uma pessoa digna. Esse é um aspecto dos mais
relevantes porque não dá pra considerar um modelo de cuidado
integral à saúde sem considerar a saúde bucal”, avaliou o ministro
da Saúde, Arthur Chioro.
As entidades que aderirem à
iniciativa receberão um incentivo de R$ 80 mil do Ministério da
Saúde. As clínicas odontológicas das universidades serão
classificadas de acordo com o número de procedimentos realizados.
As de padrão I vão realizar no mínimo 900 procedimentos
odontológicos/mês e receberão R$ 25,2 mil mensais para custeio. As
de padrão II terão capacidade de fazer no mínimo 1.700
procedimentos odontológicos/mês e contarão com recursos de R$ 50,4
mil mensais. As de padrão III vão realizar no mínimo 2.700
procedimentos odontológicos/mês e terão R$ 75,6 mil mensais de
custeio. As de padrão IV poderão fazer no mínimo 4.100
procedimentos odontológicos/mês e contarão com um repasse de R$
103.320 mensais.
Todas as clínicas contarão com cinco
especialidades odontológicas (estomatologia, periodontia,
endodontia, cirurgia e atendimento a pacientes com necessidades
especiais) e laboratório de patologia, além de ofertarem próteses
dentárias e realizarem procedimentos de atenção básica (como
aplicação de flúor).
Caberá ao Ministério da Educação
garantir a implantação nos currículos acadêmicos dos princípios de
cuidado integral do Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria prevê
ainda a distribuição de cinco mil cadeiras odontológicas para os
estabelecimentos de saúde bucal que compõem a rede
pública.
As ações e atividades desenvolvidas
no GraduaCEO serão avaliadas periodicamente por meio de verificação
in loco da qualidade do serviço, pesquisa de satisfação do usuário
e monitoramento da produção por meio dos sistemas de informação do
SUS. As clínicas com atuação “acima da média” terão um aumento de
25% do custeio mensal, além de R$ 40 mil (pago em parcela única)
para investimentos. Já as unidades com desempenho “muito acima da
média” terão o valor do custeio ampliado em 50% mais R$ 80 mil para
investimentos.
PRÓTESES – Durante o anúncio, o
ministro da Saúde, Arthur Chioro, assinou uma portaria que destina
R$ 4,9 milhões para confecção de próteses dentárias nos
Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias. A medida beneficiará
76 municípios de 16 estados. “Essa portaria permitirá a ampliação
do número de municípios com laboratórios. As próteses garantem o
direito de a pessoa voltar a sorrir. É um direito de cidadania, de
viver com dignidade”, avaliou o ministro da Saúde, Arthur
Chioro.
Atualmente, existem 1.465
laboratórios de próteses dentárias no Brasil. No ano passado, o
Ministério da Saúde investiu R$ 173,2 milhões para conceder
gratuitamente mais de 462 mil próteses para a população.
BRASIL SORRIDENTE – Criado em
2004, o programa Brasil Sorridente visa garantir a assistência
bucal para a população que depende do SUS. Os recursos investidos
passaram de R$ 710 milhões em 2010 para 1,28 bilhão em 2013,
aumento de aproximadamente 45%. Hoje, cerca de 100 milhões de
brasileiros são cobertos pelo programa. “Em 10 anos o Brasil passou
a ser considerado pela OMS como parte do seleto grupo de países com
baixa prevalência de cárie”, analisou o coordenador de Saúde de
Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca.
Entre 2012 e 2013, foram doados 3.403 equipamentos odontológicos
para o apoio à implementação de novas equipes de saúde bucal,
principalmente em municípios com maior concentração de populações
vivendo em situação de extrema pobreza.
Atualmente, existem 23.619 Equipes de Saúde Bucal presentes em
4.978 municípios, além de 1.018 Centros de Especialidade
Odontológica (CEO) implantados em 839 cidades. No ano passado, os
CEO realizaram 16,2 milhões de procedimentos especializados pelo
SUS.
Além disso, 470 CEO fazem parte da Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência. Entre novembro de 2012 (início do programa) e junho de
2014, foram investidos R$ 19 milhões nesses estabelecimentos.