Mais de um mês depois que os médicos com diploma estrangeiro
chegaram para atuar no Brasil pelo Programa Mais Médicos, apenas
143 conseguiram o registro profissional provisório, documento
necessário para que eles possam exercer a profissão. O Ministério
da Saúde não sabe dizer quantos deles estão trabalhando.
Números divulgados na quinta-feira (26) pela pasta informam que o
Ministério da Saúde tinha feito 647 pedidos de registro provisório
aos conselhos regionais de Medicina (CRMs). De acordo com a pasta,
204 pedidos de registro tiveram o prazo para entrega vencido e não
foram emitidos.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo (Cremesp), os 55 pedidos feitos pelo Ministério da Saúde à
entidade tinham ao menos uma inconsistência. Segundo o Cremesp,
entre as pendências estão a falta de tradução do diploma, de prova
do exercício da profissão no país de origem e a habilitação
provisória para exercício da medicina. A entidade diz que apesar de
ter notificado o Ministério da Saúde sobre as pendências, não teve
resposta.
O Cremesp obteve esta semana na 14ª Vara Federal do Distrito
Federal, decisão que garante à entidade a prerrogativa legal de
deferir ou não os registros provisórios dos profissionais formados
no exterior que participam do programa. Porém, na decisão, o juiz
Jamil Rosa determina que “uma vez preenchidos os requisitos
previstos nas normas específicas do Programa Mais Médico para o
Brasil, o registro provisório com a carteira profissional é medida
que se impõe”, descartando a hipótese de exigência dos nomes dos
tutores dos médicos e local de atuação.
Por meio da assessoria, o Ministério da Saúde disse que está
analisando caso a caso a documentação dos médicos que tiveram
pendências para avaliar se faltam documentos previstos na Medida
Provisória 621, que institui o Mais Médicos, ou se o conselho está
pedindo documentação extra. Caso necessário, o Ministério da Saúde
disse que vai providenciar a documentação necessária.