O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, admitiu hoje (12) que
não existe "proposta isolada" para resolver o problema da falta de
médicos no país. Ele participou de audiência pública, na Câmara dos
Deputados, para tratar das estratégias do governo para atrair
médicos estrangeiros para atuarem no Brasil.
"Para enfrentar falta de médico e necessidade de redistribuição de
profissionais, a grande conclusão é que não existe uma proposta
isolada para resolver o problema da falta de profissionais médicos
nos país. Precisamos adotar todas as estratégias possíveis para
levar os médicos para mais perto da população", disse.
Entre as soluções encontradas para resolver a escassez de
profissionais de saúde, Padilha voltou a defender a contratação de
médicos estrangeiros. Para ele, a medida pode aumentar o número de
médicos atuantes no país, assim como ocorre em outros países.
"Precisamos tomar decisões concretas de curto e médio prazo.
Interessa ao Brasil trazer médicos qualificados e bem formados, não
existe nenhum preconceito em relação à origem desses médicos. Sendo
bem formados, de qualquer país poderão vir médicos através da
estratégia de validação do diploma", comentou.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, do total de médicos que
atuam no país, apenas 1% é formado por estrangeiros. Na Inglaterra
o índice é 40%, enquanto nos Estados Unidos e na Austrália, os
percentuais chegam a 25% e 22%, respectivamente.
Segundo informações da pasta, há, no país, 1,8 médico para cada mil
habitantes, índice abaixo de outros países da América Latina, como
a Argentina (3,2) e o México (2). Para alcançar o índice da
Inglaterra (2,7), o Brasil precisaria ter hoje mais 168,4 mil
médicos.
"O Brasil tem poucos médicos. Faltam médicos no país e estão mal
distribuídos. Temos que adotar todas as estratégias possíveis para
resolver a necessidade da população, que não pode aguardar ciclo de
formação dos profissionais médicos no Brasil", ressaltou
Padilha.