O setor de emergência do Instituto de Puericultura e Pediatria
Martagão Gesteira, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), foi fechado pela direção da unidade por falta de médicos e
de material hospitalar. O instituto, que fica na Ilha do Fundão, na
zona norte do Rio, atende casos pediátricos graves.
De acordo com diretor Edimilson Migowski, a emergência do
instituto é a única de um hospital universitário do Rio que
funcionava durante 24 horas e está fechada desde sexta-feira (26).
O diretor ressaltou que é difícil manter os médicos na unidade em
função do baixo salário.
“Esses médicos são mais jovens, recebem um terço ou um quarto do
que ganhariam em outros hospitais. Eles não têm vínculo
empregatício, nem carteira assinada ou benefícios, como o décimo
terceiro [salário]. Não consigo manter essas pessoas ganhando tão
pouco”, disse o diretor.
Sobre a falta de suprimentos, Migowski informou que há dois meses
uma mudança no critério de compras criou uma dificuldade no
processo de aquisição de medicamentos e insumos. Segundo ele,
faltam funcionários do setor administrativo para cuidar dos
trâmites das licitações, já que muitos deixaram a unidade, por
diversos motivos, e não houve reposição de pessoal.
Em nota, o reitor da UFRJ, Carlos Levi, disse que a universidade
está “disponibilizando apoio à direção do instituto para que
promova as ações necessárias a fim de que o setor seja reaberto no
prazo mais breve possível”. Segundo Levi, hoje (29) a reitoria e o
instituto vão organizar uma força-tarefa, formada por servidores de
outros setores da universidade, com o objetivo de reforçar a
estrutura de compras do hospital.