A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou
nesta terça-feira, por unanimidade, a redução da quantidade de iodo
que deve ser adicionada ao sal. A medida, discutida desde 2011, foi
adotada em razão da mudança de hábito alimentar do brasileiro que,
ao longo dos últimos anos, passou a consumir maior quantidade do
tempero e, por tabela, também de iodo.
O iodo passou a ser adicionado ao sal para prevenir dois
problemas: o cretinismo e o bócio. O primeiro é provocado pela
deficiência do nutriente na gravidez — estudos mostram que um terço
das crianças que não recebem a quantia adequada do iodo durante a
gestação apresenta problemas no sistema nervoso central, e outro
terço, deficiência cognitiva. O bócio, por sua vez, é provocado
pela falta do iodo em adolescentes e adultos.
No entanto, em excesso, o iodo faz mal à saúde, podendo
provocar, por exemplo, está a tireoidite de Hashimoto, doença
autoimune que leva o organismo a atacar a tireoide. E, segundo
pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o
brasileiro é um dos maiores consumidores mundiais de iodo.
Pela estimativa do governo, o brasileiro consome, em média, 8,2
gramas de sal diariamente. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomenda que, para esse padrão de consumo, a faixa de iodação
fique entre 20 a 40 miligramas para cada quilo de sal. Atualmente,
essa taxa é de 20 a 60 miligramas de iodo por quilo de sal, e a
proposta em estudo na Anvisa prevê uma faixa de adição de 15 a 45
miligramas a cada quilo de sal.
A resolução passa a valer 90 dias depois da sua publicação no
Diário Oficial da União.