Após caminhar da Avenida Paulista até o Parque Ibirapuera como
parte das atividades em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou neste domingo (7) a
ampliação do programa de combate ao tabagismo no país.O governo
estima que 200 mil pessoas morram por ano em decorrência dos males
do cigarro.
O governo federal vai investir R$ 12 milhões em medicamentos,
ações preventivas e treinamento de pessoal, mas a verba pode chegar
a R$ 60 milhões, dependendo da adesão dos municípios. A meta do
ministério é reduzir de 15% para 9% a proporção de fumantes até
2022.
De acordo com o Ministério da Saúde, 15% das pessoas com mais de
18 anos fumam. Dessas, 14% (cerca de 2,3 milhões de pessoas) querem
parar de fumar nos próximos 12 meses, segundo a Pesquisa Nacional
por Amostras de Domicílio (Pnad). Ainda segundo dados do governo,
em 2012, 175 mil pessoas foram atendidas em unidades credenciadas
ao programa de controle do tabagismo. Desde 2005, 304 mil pessoas
largaram o vício.
A meta de redução do tabagismo é ambiciosa, já que pesquisas
mostram que só um em cada três fumantes consegue largar o cigarro.
Entre os motivos das recaídas estão passar por uma situação de
estresse agudo, como perder o emprego, divorciar-se ou enfrentar a
morte de um familiar. Um estudo feito pelo Instituto do Coração
(Incor) e divulgado em 2012 mostra que dos 820 pacientes
analisados, 257 (31,3%) chegaram a parar de fumar por um tempo, mas
retomaram o vício. E apenas 276 (33,7%) foram bem-sucedidos em
largar o tabaco. Os demais ou abandonaram o tratamento ou nunca
conseguiram deixar de fumar.
Atualmente existem 3 mil unidades de saúde e serviços do SUS que
oferecem tratamento antitabaco. A partir de agora, a expectativa do
Ministério é aumentar esse número em até dez vezes, pois a
habilitação das unidades de saúde ocorrerá por meio do Programa
Nacional de Acesso e da Qualidade (PMAQ), que já atinge 30 mil
unidades de saúde no país.
Para se habilitar a ter o serviço em suas unidades básicas de
saúde, as prefeituras terão de preencher no formulário do PMAQ a
adesão ao programa. Nesse documento, os municípios vão informar
quais unidades de saúde vão oferecer o serviço e quantas pessoas
serão atendidas.
"Esse é um investimento programado para esse ano, mas ele pode
crescer à medida que as unidades de saúde forem incluindo mais
pessoas e pacientes que venham buscar encerrar esse vício", disse.
Segundo Padilha, não há um registro oficial sobre o tempo que as
pessoas que querem parar de fumar esperam para conseguir ser
atendida em alguma unidade especializada. "A atividade física é
decisiva e fundamental para a pessoa parar de fumar. O SUS investe
meio bilhão de reais por ano só em tratamento de doenças
relacionadas ao sedentarismo e à obesidade", afirmou Padilha.