Presos às regras impostas
pela ANS, os planos de saúde no Brasil, que deveriam ser um recurso
suplementar, vivem agora o dilema de aplicar uma taxa de reajuste
capaz de cobrir seus custos, mas não suficientemente alta a ponto
de afugentar seus beneficiários.
Uma equação difícil de
resolver(!)
Tão difícil que o mercado
parece desnorteado, como alguém que ainda não sabe para onde
ir.
Há uma luz no fim desse
túnel, quando lembramos que o Governo da Reconstrução só
começou.
A SUSEP e a ANS estão
ajustando as cadeiras, esquentando os tamborins, arrumando a
casa.
Tudo indica que algo será
feito.
O tempo urge(!)
Aguardemos a aprovação do
Arcabouço Fiscal, criado pela equipe econômica do Ministro da
Fazenda, o professor Fernando Haddad, que teve a sensibilidade de
deixar a saúde, a educação e outras importantes áreas, fora da
limitação de gastos.
As operadoras e as
seguradoras precisam voltar ao seu papel de saúde suplementar,
enquanto o SUS deverá receber muito mais investimento público para
assumir o seu papel constitucional que é o de oferecer atendimento
ao cidadão.
Nesse cenário caótico, as
operadoras começam a liberar seus reajustes.
Nesta quarta-feira (19), em
um lacônico e cuidadoso comunicado aos seus clientes, a SulAmérica
informou a taxa de reajuste aplicada ao produto PME (24,76%) e a
correção do valor de reembolso (3,97%).
Destacando o dispositivo na
RN 309/2012, a Seguradora informa que o cálculo leva em conta o
número de vidas contidas no grupo, e tem por objetivo “realinhar os
valores frente aos impactos inflacionários que compõem os custos
assistenciais, correspondentes aos serviços médico-hospitalares que
são decorrentes de incorporação de novas coberturas
tecnológicas”.
De novo, as novas coberturas
tecnológicas, as grandes vilãs causadoras da inflação
médica.
No seu papel legítimo, o de
oferecer saúde suplementar, as operadoras de planos de saúde
certamente não aplicariam um reajuste tão alto.
E a pressão subirá ainda
mais, quando as demais empresas, que aguardavam a SulAmérica,
começarem a liberar os seus próprios reajustes.
Alguma coisa precisa ser
feita!