A adesão aos seguros de pessoas deve ganhar fôlego, seguindo uma tendência de crescimento que vem se apresentando desde 2020

Dizem que uma pessoa prevenida vale por duas. A maior preocupação com o futuro por parte da população, ainda mais intensificada por conta da pandemia, tem feito reflexos no mercado de seguros: a arrecadação bateu a cifra dos R$ 322 bilhões entre janeiro e novembro de 2022 no país, de acordo com o levantamento elaborado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), entidade representativa do segmento. Na Bahia, a demanda por seguros no período subiu 23,9% em comparação com novembro de 2021, com uma receita de R$ 10,5 bilhões. A cobertura de pessoas, que reúne seguros de vida, seguro-viagem, dentre outros, de longe responde pela maior fatia: foram R$ 6 bilhões arrecadados.

Apenas os planos da família VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), modalidade de previdência privada com investimentos periódicos, visando a aposentadoria e o futuro dos prováveis herdeiros, representaram R$ 5,2 bilhões do montante. A vice-liderança de arrecadação fica com o setor automotivo (R$ 1,48 bilhão), seguida de perto pelos títulos de capitalização (R$ 815,79 milhões). Vale destacar que o levantamento da CNseg não leva em conta a saúde suplementar (planos de saúde) nem o seguro DPVAT, criado pelo Governo Federal para amparar as vítimas de acidentes de trânsito. Praticamente todas as categorias de seguros tiveram variação nominal positiva na Bahia, exceto a habitacional, que recuou 3,3% na arrecadação.

Também aumentaram os pagamentos de indenizações e resgates durante o período. Ao todo, foram R$ 3,6 bilhões (+30,5% frente a 2021, e 29,9% no intervalo de doze meses). Nesta apuração, os consumidores baianos acionaram mais o seguro automotivo, com R$ 2,1 bilhão em resgates (R$ 1,95 bi apenas no casco, que protege o carro em si). Depois, aparecem os prêmios referentes aos títulos de capitalização (R$ 595,4 milhões) e a retirada de recursos do plano PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre, indicado para quem quer juntar o máximo de recursos possível e ter mais rentabilidade ao fim dos investimentos), que atingiu o valor de R$ 255,32 mi em pagamentos.

Planejamento

De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), a adesão aos seguros de pessoas deve ganhar fôlego, seguindo uma tendência de crescimento que vem se apresentando desde 2020, justamente por conta da maior crise sanitária da história. Entretanto, o segmento de previdência privada ainda tem muito a ser explorado: apenas 10,8 milhões de pessoas em todo o país possuem algum tipo de investimento para o futuro. Há ainda menos gente que está usufruindo dos investimentos feitos ao longo dos anos (0,5% dos beneficiários). Para a entidade, as famílias precisam começar a se planejar o quanto antes a fim de garantir a saúde financeira no final da vida.

Informações apuradas pela companhia MAG Seguros dão conta de que apenas no primeiro semestre do ano passado, a procura por seguros de vida na Bahia subiu 22% frente ao mesmo período de 2021. Os últimos anos tornaram os brasileiros mais conscientes e preocupados com a proteção de si e de suas famílias. Muitos perceberam a importância de se preparar para possíveis imprevistos e momentos de crise. O crescimento na contratação de seguro de vida e previdência é um exemplo disso, pois demonstra essa mudança de perspectiva da população”, avaliou o superintendente comercial João Rezende.