A Receita Federal tem criticado
proposta que, se aprovada, beneficiará diretamente vários
trabalhores inclusive os Corretores de Seguros, principalmente
aqueles que aderiram ao Simples. Trata-se da correção de 81% na
tabela do Simples Nacional, prevista em relatório apresentado para
o Projeto de Lei Complementar 108/21, que trata da tributação de
pequenas empresas. Segundo a Agência Câmara, a Receita estima perda
de arrecadação de R$ 66 bilhões por ano com esse ajuste na
tabela.
A proposta foi tema de audiência
pública realizada na Câmara na quarta-feira (18).
Na oportunidade, o subsecretário de
Tributação e Contencioso da Receita Federal, Fernando Mombelli,
disse que o órgão não é favorável a propostas que indiquem a
indexação pela inflação. Segundo ele, a perda de receita com a
redução tributária prevista atualmente pelo Simples já é de R$ 83
bilhões para 2023.
PROPOSTA. A polêmica tem como base
a proposta do relator do projeto 108/21, deputado Marco Bertaiolli
(PSD-SP), que defende mudanças no texto original para elevar o
limite para microempreendedor individual (MEI) de R$ 81 mil de
faturamento anual para R$ 144,9 mil; e o limite geral das empresas
enquadradas no Simples, incluindo as Corretoras de Seguros, de R$
4,8 milhões para cerca de R$ 8,7 milhões.
O parlamentar argumenta que é
preciso fazer a correção pela inflação acumulada desde 2006.
O projeto já foi aprovado no
Senado, mas inicialmente corrigia apenas o MEI para R$ 130 mil.
RISCO. Na audiência, vários
deputados relataram casos de empresários que estão perdendo a
condição de pequenos por falta de correção da tabela.
O deputado Joaquim Passarinho
(PL-PA), por exemplo, argumentou que a correção da tabela do
Simples tem justamente a tarefa de preservar empregos: “O
realinhamento do Simples, o aumento destas faixas, elas são
obrigatórias para que aquele que está crescendo junto com a
inflação, junto com a carestia – seja lá qual nome derem –, ele
possa continuar naquela faixa”, assinalou.
Contudo, diante da pressão da
receita, o deputado Marco Bertaiolli admitiu que pode alterar o seu
relatório para corrigir apenas o limite do MEI no momento e deixar
as mudanças no Simples para depois. Ele frisou que a ampliação pode
gerar mais polêmica e atrasar a tramitação, visto que o projeto
teria que voltar para o Senado.