Geraldo Almeida Lima é
presidente do SINOG – Sindicato Nacional das Empresas de
Odontologia de Grupo
O brasileiro nunca foi ensinado a
empreender. Ao menos, não formalmente. Mas não é de hoje que vemos
a força de vontade e a criatividade de milhões de brasileiros que
lutam, diariamente, para ganhar seu sustento e gerar renda. Daí
surgem pequenos negócios, ideias e até mesmo marcas que passam a
ter visibilidade e fazer a roda da economia girar, empregando e
auxiliando famílias inteiras. É a prova inconteste do conhecido
‘não sabia que era impossível, foi lá e fez’, de Jean Cocteau.
O momento atual é crítico, todos
sabemos disso. Por isso mesmo se faz necessário buscar alternativas
econômicas para enfrentá-lo. Claro que as consequências se dão de
diferentes formas e em diferentes proporções para cada um, mas
acredito que este “espírito” empreendedor do brasileiro vai ajudar
o país a superar tantos desafios.
Minha área é da Odontologia e por
isso dela posso falar com mais propriedade. Mais propriamente, dos
planos odontológicos. E, embora muitos não associem, a saúde bucal
é importantíssima para a prevenção de inúmeras doenças. O mercado
de planos exclusivamente odontológicos tem apresentado resultados
positivos e consistentes. O único senão neste crescimento tem sido
o causado pelos efeitos da pandemia para a população e para a
economia do país como um todo.
Para se ter ideia, o número de
beneficiários avançou 15% nos últimos dois anos, entre o terceiro
trimestre de 2017 e de 2019 e o setor já oferece cobertura e acesso
a procedimentos odontológicos para 25,5 milhões de pessoas. No
entanto, considerando uma população de mais de 210 milhões, de
acordo com o IBGE, e que os cuidados com a boca e os dentes começam
desde quando nascemos, vejam o potencial de crescimento e,
consequentemente, de negócios do setor. Muito maior do que dos
planos de saúde.
Hoje contamos com 378 operadoras
odontológicas no país, que é o número um em quantidade de
profissionais da área: são 339 mil, de acordo com o CFO – Conselho
Federal de Odontologia. Mas muitas pessoas ainda desconhecem essa
força do setor. Seja para abrir uma nova operadora ou para
aprimorar a gestão daquelas que já existem. A entidade que
represento, por exemplo, foi a pioneira em desenvolver um curso
sobre Excelência em Gestão de Operadoras, voltado para atualização
profissional dos que trabalham no segmento e também daqueles que
pretendem abrir sua própria operadora – que podem ser tanto
profissionais da área como quem pretende investir em um novo
negócio.
E para fomentar ainda mais o
empreendedorismo no país, lançamos em meados de julho o Manual de
Abertura de Operadora Odontológica. O conteúdo é amplo e compreende
desde informações sobre mercado potencial, análise do mercado,
capital necessário, modalidades de planos, plano de negócio,
legislação, entre outros dados que vão contribuir para a abertura
do negócio de forma estruturada e organizada, priorizando o que é
realmente importante para esse processo.
Sim, estamos num período de
incertezas, o que dificulta ações imediatas. Porém, precisamos
olhar para frente e nos organizar para o caminho que queremos para
nós e para a economia do nosso país. Vamos lá fazer?