A eficácia e o equilíbrio da área
da saúde no país dependem de bons índices econômicos. Uma real
mudança nos dois setores, entretanto, só acontecerá com uma
conversa franca entre as duas partes. A avaliação foi feita pelo
diretor- presidente do Insper, Marcos Lisboa, durante o painel
"Economia e saúde no cenário brasileiro" do 4º Fórum da Saúde
Suplementar, promovido pela Federação Nacional de Saúde Suplementar
(FenaSaúde), no Rio, nos últimos dias 22 e 23.
A edição do evento deste ano teve
como título "O desafio da eficiência em Saúde: um debate inclusivo"
e reuniu ministros, autoridades, representantes e especialistas do
setor. Eles levaram ao público considerações sobre temáticas do
segmento, como dilemas da assistência à saúde no mundo; a economia
e a saúde no cenário nacional; o crescimento dos custos no setor e
a importância da disseminação de informações.
Lisboa falou sobre vários temas,
como crise fiscal, envelhecimento da população, desperdício, falta
de investimentos em infraestrutura, aposentadorias precoces e
subsídios ao setor privado.
- Sem diálogo não tem caminho
possível. Precisamos disto para fazer a transição de uma situação
de crise para um cenário positivo - afirmou.
Durante o painel "Crescimento dos
custos em saúde", representantes de operadoras, hospitais,
consumidores e poder público tiveram vários pontos de convergência
ao apontar os principais fatores que causam o aumento no valor dos
planos de saúde, Entre eles estão a utilização em excesso dos
serviços de saúde, desperdícios e fraudes, gastos elevados com
novas tecnologias, ineficácia do Sistema Único de Saúde (SUS) e o
rápido envelhecimento da população.
Convidado a falar sobre “O momento
institucional brasileiro” o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Luís Roberto Barroso destacou pontos positivos dos últimos
trinta anos, como a estabilidade institucional e monetária e a
redução da pobreza. Ao mesmo tempo, destacou o que chamou de
“pontos baixos”, como a “corrupção estrutural, endêmica e
sistêmica”, o sistema político “que reprime o bem e potencializa o
mal” e o crescimento da violência. Barroso traçou uma visão
otimista do futuro:
- A sociedade já se transformou e
quer um país melhor. Não estamos decadentes. Estamos mais exigentes
- resumiu.
Tecnologia na
medicina
Mapeamento genético que indica
todos os tipos de doenças que podem afetar uma pessoa ao longo da
vida, aplicativos contendo exames médicos e histórico de saúde e
até eletrocardiogramas realizados por meio de relógios. As
inovações tecnológicas a serviço da medicina são tantas e tão
rápidas que os próprios médicos e especialistas precisam de fôlego
para se adaptarem e, muitas vezes, encontrarem formas de utilizar
as novidades em benefício dos pacientes.
Líder do ThinkLab na IBM Brasil e
professor de Inovação na Pós-Gradução da ESPM, Henrique Von
Atzingen do Amaral falou sobre este tema no painel “O Futuro da
Informação”. Ele apresentou várias inovações como o mapa genético
da empresa 23andMe, que pode prever a propensão do paciente a
determinada doença, e o programa Personality Insights capaz de
realizar, por meio da inteligência artificial, uma análise completa
da personalidade de um indivíduo baseada em seus posts.