Seguradora da LaMia reduz exigência
para pagar indenização; famílias seguem contra
Após pedir unanimidade para repassar
US$ 200 mil de “fundo humanitário” por vítima, Bisa Seguros baixa
para 51 aprovações, mas não atinge quórum. Acordo implicaria em
termo de quitação
Permanece o impasse entre a seguradora
Bisa, que prestava serviços para LaMia, e os familiares das vítimas
do acidente com o avião da Chapecoense, em novembro do ano
passado.
No início do mês, a empresa apresentou
pela terceira vez a proposta de US$ 200 mil (R$ 637 mil) de
indenização, mas com uma novidade: em vez da exigência de aprovação
unânime, o pagamento seria realizado mediante o aval de 51
representantes. Ainda assim, não houve quórum.
A proposta é a mesma apresentada já no
primeiro encontro entre as partes, em março, ainda com a mediação
da Chapecoense. Dois meses depois, diante da manifestação de boa
parte dos familiares de majorar o valor ofertado, o clube saiu de
cena, deixando o caminho aberto para ações individualizadas –
apesar de seguir à disposição para auxílio aos envolvidos.
O desenrolar dos fatos aponta para a
inviabilidade de uma resolução coletiva. Nesta terceira tentativa
de acordo, por exemplo, o número de “sim” ficou abaixo da metade
das 77 vítimas – incluindo os seis sobreviventes.
Boa parte dos representantes optou por
ações individuais em busca de seus direitos. Um grupo considerável
acionou o escritório americano Podhurst Orseck para representá-los.
Sediado em Miami, o grupo é especialista em desastres aéreos.
A Bisa Seguros e Resseguros S/A mantém
a posição de que a apólice com a LaMia não tinha mais validade na
época do acidente por uma série de infrações contratuais. O valor
proposto seria oriundo de um “Fundo de Assistência Humanitária”,
oferecendo o montante citado acima mediante “número elevado de
adesões”.
Mais do que os valores, as famílias
recuam do acordo diante da exigência de assinatura de um “termo de
quitação para LaMia, seguradora, resseguradora e etc”, o que
travaria novas discussões judiciais no futuro.